quinta-feira, dezembro 30, 2010

Porque eu mereço...

Ano acaba... e, modéstia (que eu não tenho) à parte, eu mereço todas as festas.


Encerrei 2009 com uma grande vitória: após 15 anos sendo ativo passei a ser passivo. Não pensem besteira: de FUMANTE ativo, passei pro passivo, o caboclo que fica reclamando dos outros...


No ano de 2010 encerrei com DUAS grandes vitórias:

* Terminei minha graduação (após uns 8 anos de estudo, com universidade tentando me jubilar e muitas, MUITAS faltas...)

* Mandei meu chefe pr'aquele lugar (agora sim, pense besteira).


Enfim... PARABÉNS para mim e para todos aqueles que tiveram alguma vitória, alguma conquista, alguma realização neste ano de 2010...


E que em 2011 eu contabilize 3 (ou mais) asteríscos na lista de dezembro... e vocês também...
Um ótimo ano para todos que aqui visitaram...

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Não terminaria aquela noite sozinho

Ouvindo a música “Kiss” do Prince e lendo uma noticia da ex-boa-moça-tímida-e-comportada Marjorie Estiano não pude deixar de lembrar este texto abaixo que escrevi alguns anos atrás. Impossível não encaixar ela neste texto, seja na destruidora de corações: a mocinha comportadinha e sexy das novelas (feia bonita), ou seja na trabalhadora do final do texto: a personagem vivida no teatro e no ensaio para revista Trip, ou vice-versa.


“Estava sentado já havia tempo, no seu quarto, no escuro. O corpo largado sobre uma poltrona velha, com o couro já rasgado. Olhava pela janela aberta o céu escuro e sem estrelas. O vento entrava, mas não causava-lhe desconforto algum. Não era o vento que estava lhe causando aquele mal estar. Ouviu várias músicas naquela noite, mas a última já havia escutado mais de dez vezes. O CD no repeat, um som envolvente e um refrão que fica na cabeça “I just want your extra time and your....... kiss”. A imagem dela, com pouca roupa – bem pouca mesmo – dançando aquela música, o cheiro do cabelo molhado, o brilho dos olhos, hormônios, lembranças.Mas não terminaria aquela noite sozinho. Tomou o último gole do whisky, apagou o cigarro. Pegou o seu casaco impermeável e quente, que ainda estava sobre a cama, que não fora desfeita. Saiu sem ao menos desligar o rádio, trancou a porta com duas voltas da chave e começou a caminhada em silêncio. Esquinas após esquinas. As goticulas de chuva que caiam estavam geladas, assim como o vento, mas sabia: não terminaria mais uma noite sozinho. Com todo aquele frio tudo estava fechado, não havia lugar algum aberto, para uma boa conversa e uma dose de alguma bebida quente. Mesmo assim caminhava, pensamentos em lembranças: de beijos, abraços, gargalhadas, de pele. Mas não terminaria mais uma noite sozinho, disto já tinha se decidido. Caminhou sem rumo, seguindo o instinto, o faro. Já estava encharcado e tremia, era uma noite fria de junho, mas seus pensamentos continuavam naquele balanço, naquela música, naquele corpo quente, cheio de movimentos, tão antagônico àquela noite. Mas esta noite não terminaria com ele sozinho. Dobrava esquinas aqui, atravessa praças ali, lugares onde nunca tinha passado, lugares familiares, lugares escuros, outros claros. Andou muito naquela noite, mas sempre os pensamentos eram lembranças: telefonemas nas madrugadas, camas desarrumadas, o cheiro de sexo, o riso de satisfação. E esta noite, com certeza, não terminaria sozinho. Aquele mal estar deveria passar, assim que os pensamentos passassem. Mas não passavam, continuavam, assim como a música que ouvira antes, como se tivesse uma tecla repeat na sua cabeça. Parou em frente a um motel barato, não demorou apareceu um vulto feminino e uma voz “Quer esquentar esta noite fria?”. Enfiou a mão no bolso e sentiu o bolo de notas. Infelizmente, não terminaria aquela noite sozinho.”

Reconheceram a ex-boa-moça-tímida-e-comportada?!?

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Uma freqüência à frente do seu tempo...




Sabe aquelas coisas que acontecem sem o menor motivo? Hoje eu estou numa nostalgia (saudades) da rádio Estação Primeira.


Foi a primeira (e única) Rádio Rock de Curitiba. Diferente de tudo que existiu até hoje: sem vinhetas, poucos comerciais, nenhum jabá. A maioria dos locutores eram mulheres (sem chance de esquecer aquelas vozes). Programas de Jazz, Blues, Country (isso, o VERDADEIRO Country), Hard Core, Metal, Soul, Reggae, MPB (por que não?), etc....... Além de ser a única até hoje a ter um programa (pelo que eu lembre) somente com bandas e artistas locais (se eu estiver errado e não existia tal programa, com certeza a programação diária ajudava MUITO o cenário musical local).


Finou em 1995, por má administração ou qualquer outra merda da vida. No lugar entrou a CBN. Depois dela tivemos várias tentativas de substituição, porém todas também com vida curta (seria isso mera coincidência?). Um pouco após o término tivemos a conversão da rádio Alternativa (ou algo assim) na freqüência 106algumacoisa. Tocava pop/dance e então começou a tocar “esse tal de Rock’n Roll”. Morreu, entrou no lugar uma rádio evangélica (ironias). Tivemos depois a 96 Rock, na freqüência 96algumacoisa, que se não me engano também era pop/dance/panela-de-pressão e então se converteu ao som do diabo. Morreu, entrou no lugar a Band FM. Hoje existe a 91 Rádio Rock, na freqüência 91algumacoisa. Que esta sobreviva. Todas estas rádios seguiram o padrão criado pela Estação Primeira, com algumas leves mudanças, inclusive empregando muitos dos locutores e (pelo que andei lendo) equipe técnica que trabalharam na pioneira.


Enfim, a Estação Primeira, “uma freqüência à frente do seu tempo”, não foi apenas uma simples rádio. Ela criou gostos musicais, apresentou bandas e musicas a muito adolescente, fez muitos artistas paranaenses ganharem um troquinho, uns 3 minutos de fama, criou um jeito de fazer rádio, representou a adolescência de muita gente. A “Estação” não foi apenas uma rádio, foi um estilo de vida...


PUTA SAUDADES!!!


Saudades também? Dá uma olhada aqui: http://blog-br.com/estacaoprimeira/